• "Às vezes é preciso se render ao fantástico, parar de buscar respostas ou conclusões. Às vezes devemos simplesmente deixar o mito e a lenda tomarem os seus lugares. É isso que conta. É isso que nos faz diferente..."

    JBAlves

quarta-feira, 23 de abril de 2014

No velho cinema...


 ...











No velho cinema a muda música ecoava. Seus toques, secos, eram embalados pelos passos dos garçons, o tilintar dos corpos e o surdo som das risadas.

Olhares desmedidos, pairavam sem faces entre as mesas. E no lugar dos personagens, arquétipos irreais recriavam papéis impostos pela realidade.



O músico puxava baladas de conquista e luxúria e mesmo estampando um largo sorriso, ele não deixava de pensar na filha doente.

A garçonete de cabelos descontrolados, saltitava entre as mesas como uma mosca varejeira. E apesar de cansada pelas doze horas ininterruptas, estava exultante por causa das parcas gorjetas.



E era assim, que o filme descarrilava...


Pois "homens de bem" tramavam a morte de seus companheiros. E mesmo as velhas e respeitáveis senhoras saiam às claras com seus afilhados.

Cenas de suspense, corrupção, romance ou drama.

Enfim, cenas do grande filme de nossas vidas. Recortado e adulterado por mais um escritor desconhecido, bêbado e desgostoso, preso naquele velho cinema...






Creative Commons License
No velho cinema by JBAlves is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seus comentários e sugestões.